Alcançar o ponto de equilíbrio no mercado financeiro, o famoso “zero a zero”, pode trazer alívio inicial. No entanto, para muitos traders, essa fase marca o início de um ciclo vicioso de ganhos e perdas. A trader Thamara Di Lauro revela que foi nesse período que compreendeu que a consistência não se baseia em dias perfeitos, mas sim na capacidade de aprender e evoluir mesmo em situações neutras.
Durante sua participação no programa Mapa Mental, Thamara compartilhou que essa foi uma das etapas mais longas e cruciais de sua trajetória. Ela recorda ter passado cerca de seis meses oscilando entre ganhos e perdas, até perceber que precisava mudar sua perspectiva para progredir.
O “zero a zero” funcionou como um espelho, mostrando que ela havia superado os erros iniciais, mas ainda não explorava ao máximo o potencial de suas operações vencedoras. Segundo Thamara, ela precisava focar em aprimorar seus ganhos, ajustar seus alvos e aproveitar melhor as oportunidades. O medo de perder e retornar a resultados negativos a levava a sair prematuramente de negociações lucrativas.
Essa mudança de mentalidade marcou o início de uma nova fase, com o foco direcionado para maximizar os acertos em vez de apenas evitar erros. O grande desafio, no entanto, não era apenas financeiro, mas também mental. Thamara explica que o que a impedia de avançar era transformar pequenos erros técnicos em problemas emocionais, esgotando rapidamente sua capacidade de lidar com as perdas diárias.
Ao reagir dessa forma, ela percebeu que desperdiçava oportunidades valiosas. Um erro técnico desencadeava uma reação emocional, comprometendo as operações subsequentes e impedindo que ela aproveitasse ao máximo as oportunidades do dia.
Baseada nos ensinamentos de Mark Douglas, Thamara aprendeu a nunca permitir que um prejuízo técnico se transformasse em um problema emocional. Ela compreendeu que, ao seguir sua estratégia de forma eficaz, quanto mais perdas técnicas sofresse, mais próxima estaria de um ganho significativo.
Essa compreensão trouxe uma revelação crucial: a consistência não se baseia na autoconfiança excessiva, mas sim na confiança no método utilizado. Thamara reconhece que demorou para entender que precisava confiar em sua técnica e não em seus próprios instintos.
Foi somente após internalizar essa ideia que ela conseguiu sair do ciclo do “zero a zero” e alcançar uma fase mais estável. Quanto menos confiava cegamente na técnica, mais operações subjetivas realizava. No momento em que compreendeu e aplicou esse princípio, algo mudou.
Com o tempo, Thamara percebeu que a consistência também está ligada à identidade como trader, uma construção que vai além da técnica. Essa identidade, segundo ela, surge da experiência com o próprio processo, dos dias ruins e das pequenas conquistas. O padrão mental de um trader consistente não é ensinado nas escolas, mas sim construído individualmente.
Fonte: www.infomoney.com.br



