Enquanto a cidade do Rio de Janeiro se prepara para uma reformulação significativa em sua rede de transporte público, com a substituição gradual do sistema BRT por Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) ou Veículos Leves sobre Pneus (VLP), municípios da Região Metropolitana miram nos modelos cariocas para desenvolver seus próprios projetos de mobilidade. A iniciativa, aprovada pela Câmara em outubro, foca inicialmente na Transcarioca e Transoeste, com planos de expansão para outras linhas.
Niterói, São Gonçalo e Maricá, entre outras cidades, estão em diferentes estágios de desenvolvimento de projetos inspirados nos sistemas BRT e VLT, buscando soluções para melhorar o transporte e a mobilidade urbana em suas áreas.
Em São Gonçalo, o projeto de maior destaque é o Mobilidade Urbana Verde e Integrada (MUVI), um corredor viário expresso com 18 km de extensão. O objetivo é ligar Neves a Guaxindiba, atravessando importantes bairros da cidade, com previsão de conclusão em 2026. Diferentemente do modelo carioca, o MUVI utilizará a frota de ônibus já existente, tanto municipal quanto intermunicipal. O aspecto “verde” do projeto se manifesta na ciclovia que acompanha a faixa expressa e nas áreas verdes em desenvolvimento ao longo do trajeto. O projeto, realizado em parceria com o governo estadual, representa um investimento de R$ 287 milhões. As obras estão em fase final, com intervenções nos bairros Alcântara, Trindade e Santa Luzia.
Niterói também avança em direção a um sistema de transporte mais moderno. A prefeitura firmou um acordo com o Governo Federal para a implantação de uma linha de VLT. O projeto prevê um percurso de 5 km, ligando o Barreto ao Centro da cidade, com dez estações. O ministro da Fazenda autorizou o financiamento do projeto através do novo PAC Seleções, com um investimento total de R$ 450 milhões.
Em Maricá, os planos para um VLT ressurgem após anos de discussões. A prefeitura divulgou um projeto que visa implementar uma linha de 7,7 km, conectando os distritos de Inoã e Itaipuaçu, com 15 estações. O custo estimado para a implementação é de R$ 800 milhões, com a operação planejada utilizando tecnologia de supercapacitores. A previsão é de que a implantação da primeira fase do sistema leve leve cerca de quatro anos para ser concluída a partir do início das obras.
Enquanto isso, os municípios da Baixada Fluminense buscam integração com os projetos de mobilidade da capital. O projeto “BRT Metropolitano” visa a integração entre os BRTs e os ônibus da Baixada, através de novos terminais, como o Metropolitano Missões e o Margaridas, com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2026.
Estudos também apontam para projetos de VLT na Baixada, como a conexão entre Nova Iguaçu e a estação Pavuna, no Rio, atravessando Belford Roxo, Mesquita e São João de Meriti. Outro projeto vislumbra a ligação entre a estação de Vila Inhomirim, em Magé, e Petrópolis. No entanto, estes projetos ainda se encontram em fase preliminar, sem planos concretos de implementação nos próximos anos.
Fonte: temporealrj.com
