A devastação da Mata Atlântica atingiu a marca de 2,4 milhões de hectares perdidos nas últimas quatro décadas, representando uma redução de 8,1% da área florestal original. O bioma, um dos mais importantes do país, enfrenta um cenário preocupante, com apenas 31% de sua vegetação nativa remanescente.
Um estudo recente do MapBiomas revela que, apesar de uma leve diminuição no ritmo do desmatamento após a promulgação de legislação específica, a situação ainda é alarmante. Nos últimos cinco anos, a média de área desmatada anual foi de 190 mil hectares. Um dado preocupante é que aproximadamente metade do desmatamento em 2024 ocorreu em florestas maduras, com mais de 40 anos, que abrigam grande parte da biodiversidade e são cruciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos.
A pressão da atividade agrícola sobre o bioma é evidente. Desde 1985, a área destinada ao cultivo agrícola quase dobrou, ocupando atualmente um terço da produção nacional dentro da Mata Atlântica. Culturas como soja, cana-de-açúcar e café apresentaram os maiores crescimentos, enquanto as pastagens sofreram uma redução de 8,5 milhões de hectares no mesmo período.
A silvicultura também expandiu sua presença, com a área destinada ao cultivo comercial de árvores aumentando cinco vezes em 40 anos, representando mais da metade de toda a atividade no país.
Além do avanço agrícola, o crescimento urbano na Mata Atlântica também é um fator de preocupação. A área urbanizada duplicou desde 1985, com 77% dos municípios expandindo suas áreas urbanas. No entanto, a maioria dos municípios possui áreas urbanizadas relativamente pequenas, com menos de mil hectares. Apenas três capitais se destacam com áreas urbanizadas superiores a 30 mil hectares.
O estudo reforça a urgência de políticas de conservação e recuperação da vegetação nativa, dada a importância da Mata Atlântica para a biodiversidade, o clima e o bem-estar da população.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



