A Fundação SOS Mata Atlântica lançou a Aliança pela Mata Atlântica, uma iniciativa que reúne o setor privado e parceiros institucionais em prol da conservação, restauração e proteção da biodiversidade do bioma. O anúncio foi feito durante o Summit Agenda SP+Verde, evento preparatório para a COP30, realizado em São Paulo.
A Aliança é o principal mecanismo de mobilização empresarial da Estratégia Territorial 2023-2030 da fundação. O plano visa alcançar resultados concretos, com foco nas bacias do Médio Tietê e do Médio Paraíba do Sul, áreas consideradas cruciais para o futuro hídrico e climático da Mata Atlântica.
Essas bacias abrangem 5,5 milhões de hectares e 170 municípios em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A região, densamente povoada e economicamente ativa, enfrenta grandes desafios ambientais, concentrando 12 milhões de habitantes e sofrendo com alta demanda por água e energia, além da fragmentação florestal.
A Estratégia Territorial, baseada em inteligência e análise geoespacial, busca identificar áreas prioritárias e restaurar diretamente 5 mil hectares até 2030, rumo ao desmatamento zero nas bacias. A fundação destaca o potencial de restauração de mais de 300 mil hectares em Áreas de Preservação Permanente (APPs) próximas a rios e cursos d’água.
Os indicadores de impacto incluem área restaurada, carbono fixado, qualidade da água, conectividade ecológica e a criação de empregos verdes.
Segundo o diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, a iniciativa representa uma abordagem territorial de longo prazo, em grande escala e com base científica, para a conservação e restauração de uma área crítica da Mata Atlântica. A região corre o risco de colapso dos serviços ecossistêmicos, o que pode prejudicar a economia e as cidades.
Até o momento, foram investidos cerca de R$ 150 milhões em diversas ações no território, e a expectativa é atrair mais R$ 350 milhões em investimentos, totalizando meio bilhão de reais até o final da década.
A Aliança pela Mata Atlântica surge como um movimento de corresponsabilidade, visando a implementação de soluções integradas para a conservação da biodiversidade, da água, da agricultura e para a resiliência climática.
Além de contribuir para as metas globais de clima, água e biodiversidade, a Aliança permite que as empresas reduzam riscos socioambientais e econômicos, fortaleçam suas credenciais ESG e atuem em prol do desenvolvimento sustentável. Dez empresas já fazem parte da parceria com a SOS Mata Atlântica.
Juliana Silva, diretora de Sustentabilidade de uma das empresas participantes, ressalta a importância da preservação da biodiversidade para enfrentar eventos climáticos extremos e tornar as cidades e os negócios mais resilientes às mudanças climáticas.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



