O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, agora à frente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), declarou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, antes visto como um forte candidato à Presidência da República, teve sua trajetória prejudicada ao se associar à agenda de cunho bolsonarista. A afirmação foi feita durante um almoço promovido pelo Grupo Voto na capital paulista, que contou com a presença de líderes partidários como Baleia Rossi (MDB), Gilberto Kassab (PSD), Paulo Serra (PSDB) e Renata Abreu (Podemos).
Segundo Maia, a aproximação com o “bolsonarismo raiz” compromete as chances de qualquer político de centro-direita de alcançar a Presidência. Ele criticou o que chamou de “agenda maluca do bolsonarismo anti-Brasil”, argumentando que ela representa uma incoerência com o discurso nacionalista propagado no passado.
Maia também comentou sobre a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, tem adotado uma linha “mais populista” após recentes decisões no Congresso e em resposta aos “movimentos enlouquecidos” do bolsonarismo nos Estados Unidos. Maia acredita que Lula tem priorizado pautas com forte apelo popular, como a tarifa zero nos transportes públicos e o fim da escala 6×1, assemelhando-se à estratégia utilizada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2014.
Essa estratégia, na visão de Maia, prioriza discursos sociais em detrimento da responsabilidade com os gastos públicos, explorando a narrativa de “ricos contra pobres”. Ele alertou que essa abordagem afasta investidores, que são tratados como um problema em vez de parte da solução.
O ex-presidente da Câmara também questionou a possibilidade de Lula buscar um quarto mandato, mencionando Eduardo Paes como um dos poucos políticos capazes de se reinventar e manter a popularidade ao longo do tempo.
Maia criticou ainda a falta de coerência do Congresso Nacional na condução da agenda econômica, alternando discursos de austeridade com aprovações que ampliam despesas e incentivos fiscais. Ele citou como exemplos a Lei do Esporte Permanente e a PEC dos Agentes Comunitários, que, em sua avaliação, prejudica a reforma da Previdência.
Maia revelou ter atuado para impedir a votação de um projeto que elevaria os limites do MEI e do Simples Nacional, alertando que a medida poderia dobrar o custo fiscal e comprometer a Previdência Pública. Para ele, o Congresso perdeu a capacidade de organizar uma pauta alternativa ou de oposição que apresente soluções consistentes.
Fonte: www.infomoney.com.br



