O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, projeta que a eleição presidencial de 2026 será definida por discussões sobre a responsabilidade fiscal e a soberania nacional, e não por questões de segurança pública, como defendido pela oposição após a operação no Rio de Janeiro.
Boulos, que atua como coordenador informal da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), expressou a visão de que a eleição de 2026 refletirá um conflito entre os interesses da elite econômica e as necessidades da população em geral.
Em suas declarações, Boulos destacou a existência de uma proposta defendida por setores da direita, apoiada por figuras do mercado financeiro e governadores, que busca transferir o ônus financeiro para a população, por meio de cortes em programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e restrições ao financiamento da saúde e educação. Em contrapartida, ele argumenta que o presidente Lula e seus aliados políticos defendem que a responsabilidade recaia sobre os bilionários, os bancos e as plataformas de apostas online.
Segundo o ministro, a questão fiscal deverá ocupar o centro do debate econômico, acompanhada de uma agenda nacionalista, em um cenário internacional marcado por tendências protecionistas e hostis em relação à América Latina.
Boulos enfatizou que o país enfrenta um ataque à soberania nacional, incluindo ameaças militares. Ele criticou o uso de mandatos parlamentares para trair a pátria e a postura de governadores que buscam o apoio de figuras políticas estrangeiras. Em contraposição, exaltou a figura do presidente que, segundo ele, defende os interesses do Brasil e se recusa a aceitar que o país seja tratado como colônia ou mero quintal de outras nações.
A avaliação de Boulos sinaliza a intenção do governo Lula de adotar um discurso de confronto de classes na campanha de 2026, contrapondo a agenda liberal de ajuste fiscal e privatizações a uma plataforma de redistribuição de renda e fortalecimento do Estado.
Fonte: www.infomoney.com.br



