O ministro Luís Roberto Barroso encerra hoje seu período no Supremo Tribunal Federal (STF). Aos 67 anos, Barroso optou por antecipar sua aposentadoria, que seria obrigatória em 2028, finalizando um ciclo de 11 anos na mais alta corte do país.
A aposentadoria de Barroso desencadeia uma nova etapa no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a escolha do 12º ministro do Supremo, sendo esta a terceira indicação de Lula em seu atual mandato. A expectativa é que o anúncio oficial do substituto ocorra nos próximos dias, após as deliberações finais entre o presidente e sua equipe.
Entre os nomes mais cotados para a vaga, destacam-se Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado, e Jorge Messias, que ocupa o cargo de advogado-geral da União (AGU).
Messias, com uma carreira jurídica consolidada e uma relação de confiança com Lula que remonta ao início de seu governo em 2003, é visto como uma opção mais técnica e alinhada com as prioridades do governo. Sua fé evangélica também é considerada um trunfo estratégico para fortalecer a ligação com o eleitorado religioso, um grupo prioritário para o PT na busca pela reeleição em 2026.
Por outro lado, Pacheco oferece um forte apelo político e o apoio do Congresso, principalmente entre senadores de centro e da direita moderada. A nomeação de Pacheco poderia ser vista como uma forma de aproximar os poderes Executivo e Legislativo, especialmente em um momento de tensões com o Centrão e de necessidade de reconstruir pontes após recentes reveses no Parlamento.
Contudo, a possibilidade de Pacheco concorrer ao governo de Minas Gerais pode influenciar a decisão do presidente, que talvez prefira posicioná-lo de forma mais estratégica para as eleições de 2026.
Fontes do Palácio do Planalto indicam que o presidente pretende anunciar o novo ministro ainda neste mês, após consultas com ministros do STF, líderes partidários e representantes do PSD e do PT. A avaliação é que Lula busca um equilíbrio entre o perfil jurídico, a lealdade institucional e o impacto político da escolha.
A vaga deixada por Barroso é a terceira a ser preenchida durante o atual governo Lula, que já indicou Cristiano Zanin e Flávio Dino para o STF. A escolha do novo ministro, seja um nome político ou técnico, deverá influenciar as relações entre o governo e o Judiciário nos próximos anos.
Fonte: www.infomoney.com.br
