O desmatamento na Amazônia e no Cerrado apresentou uma redução significativa, conforme dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O período analisado compreende de agosto de 2024 a julho de 2025.
Na Amazônia, a diminuição foi de 11,08% em comparação com o período de agosto de 2023 a julho de 2024. Já no Cerrado, a queda foi de 11,49%.
Os dados, divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), revelam que a área queimada na Amazônia foi de 5.796 km². Este é o terceiro menor índice desde o início da série histórica, em 1988, e o terceiro ano consecutivo de redução.
Os estados que mais contribuíram para o desmatamento na Amazônia Legal foram Pará, Mato Grosso e Amazonas, respondendo por 80% do total. Tocantins, por outro lado, apresentou a maior queda proporcional, com 62%, possivelmente devido à sua menor área de floresta em comparação com os demais estados da Amazônia Legal. Amapá registrou uma queda de 42%, enquanto Roraima apresentou uma redução de 37%. Rondônia teve uma diminuição de 33%, Acre de 27%, Maranhão de 26% e Amazonas de 16,93%.
Apesar da queda no desmatamento, Cláudio Almeida, coordenador do Programa BiomasBR do Inpe, alertou para o aumento da área desmatada por degradação progressiva, impulsionada por grandes incêndios florestais que podem levar a florestas ao colapso. Ele destacou o aumento de 25,05% no desmatamento em Mato Grosso, estado severamente afetado por incêndios.
No Cerrado, o desmatamento atingiu 7.235,27 km², representando uma queda de 11,49% em relação ao período anterior. Este é o segundo ano consecutivo de redução, após cinco anos de aumento.
A maior parte do desmatamento no Cerrado ocorreu na região do Matopiba, que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, eles foram responsáveis por 78% de toda a área desmatada no bioma. Maranhão liderou o desmatamento, com 28% da área total, seguido por Tocantins (21%), Piauí (19%) e Bahia (11%).
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que os dados refletem o compromisso do governo com a agenda de desmatamento zero até 2030. Segundo ela, o combate ao desmatamento e a proteção do meio ambiente são fundamentais para o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ressaltou o papel dos avanços nos mecanismos de monitoramento para auxiliar as ações de prevenção e combate ao desmatamento.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



