A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) teve início nesta segunda-feira, em Belém, com uma agenda de ações robusta, focada em alcançar impactos concretos na vida das pessoas. Inicialmente planejada para ter 100 itens a serem discutidos e acordados entre os 194 países participantes, juntamente com a União Europeia, a agenda expandiu-se para 111 itens prioritários, com negociações previstas até o dia 21.
As negociações para finalizar a agenda de ações se estenderam até tarde da noite de domingo, com impasses persistindo em oito solicitações de inclusão de temas cruciais, como financiamento de países desenvolvidos para países em desenvolvimento, comércio internacional e a revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), consideradas insuficientes. Outras áreas de discórdia incluíram a avaliação do Relatório Bienal de Transparência (BRT), condições especiais para a transição climática em países africanos, saúde e clima, mudanças climáticas em áreas de montanhas e a implementação do Balanço Global (GST) em áreas de florestas.
Para destrancar o processo e permitir o início das negociações, a presidência da COP30 tomou medidas específicas em relação a alguns temas. A questão da “Implementação do GST em áreas de florestas” foi temporariamente retirada da pauta, enquanto o tema “Saúde e clima” foi incorporado ao item sobre adaptação. Os temas “Condições especiais para transição climática em países africanos” e “Mudanças climáticas em áreas de montanhas” serão analisados individualmente pela presidência da COP30, juntamente com os demais, que passarão por uma avaliação em bloco.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, expressou gratidão pelo esforço das delegações em alcançar um acordo sobre a agenda, permitindo que as negociações começassem sem atrasos significativos. Ele enfatizou a importância do acordo para o trabalho intenso que se seguirá e para demonstrar ao mundo a relevância dos recursos adicionais envolvidos.
As discussões na COP30 foram organizadas em blocos temáticos para otimizar a agenda. Nos dias 10 e 11, o foco estará em adaptação, cidades, infraestrutura, água, resíduos, governos locais, bioeconomia, economia circular, ciência, tecnologia e inteligência artificial, com o objetivo de estabelecer as bases para a preparação e resiliência climática em diversos sistemas, setores, comunidades e regiões.
Entre os dias 12 e 13, os temas centrais serão saúde, emprego, educação, cultura, justiça e direitos humanos, integridade da informação e trabalhadores. Nesse período, também será realizado o Balanço Ético Global, visando fortalecer a equidade e a responsabilidade moral na governança climática.
A transformação dos sistemas de energia, indústria, transporte, comércio, finanças, mercados de carbono e gases não-CO₂ será o foco dos dias 14 e 15. A gestão ambiental e comunitária, com ênfase em florestas, oceanos e biodiversidade, será discutida nos dias 17 e 18, com destaque para povos indígenas, comunidades locais e tradicionais, crianças e jovens, e pequenos e médios empreendedores, buscando soluções inclusivas, fundamentadas e alinhadas à natureza.
Nos dias 19 e 20, as discussões abordarão as raízes da alimentação, da agricultura e da equidade, abrangendo agricultura, sistemas alimentares e segurança alimentar, pesca e agricultura familiar. Também serão enfatizados debates relacionados a mulheres, gênero, afrodescendentes e turismo.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



