O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, impulsionou um debate crucial sobre o etarismo e a violação de direitos enfrentados pela população idosa no Brasil. Professores de diversas regiões do país destacaram a relevância e atualidade do tema, considerando o envelhecimento populacional e a necessidade urgente de combater o preconceito etário.
Segundo educadores, a temática possibilita aos estudantes estabelecerem conexões com diversas questões sociais, incluindo desvios de recursos de aposentadorias e a demanda por políticas públicas mais eficazes na proteção dos direitos dos idosos. A redação do Enem, portanto, lança luz sobre um problema que afeta diretamente um grupo vulnerável da população, questionando a eficácia das garantias constitucionais.
Um professor do Rio de Janeiro ressaltou a transformação da pirâmide etária brasileira, onde se estima que, em 2070, quase 40% da população será composta por idosos. Ele destacou a importância dos textos motivadores na prova para orientar os candidatos, mencionando o Estatuto da Pessoa Idosa de 2003 como uma referência relevante para as redações.
Outros educadores também compartilharam perspectivas sobre o tema. Uma professora de redação do Rio de Janeiro, considera o tema de complexidade mediana, e lembra que o assunto foi abordado na Prova Nacional Docente (PND). Ela explicou que a questão da idade perpassa todas as camadas da sociedade e que existe muito repertório e informações disseminadas sobre isso.
Uma professora de redação de São Paulo, enfatizou que o exame abordou “em cheio” a questão, permitindo discutir o etarismo, os direitos das pessoas idosas e os problemas que elas enfrentam na sociedade contemporânea, como abandono e preconceito. Ela acrescentou que a temática converge com as mudanças sociais significativas no país, tornando a reflexão acessível aos estudantes.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) enfatizou que o tema promove um debate sobre os desafios no acesso ao trabalho digno, à previdência social e à saúde pública de qualidade. Ela mencionou a importância de políticas públicas para enfrentar esses desafios e a relevância do debate social e cultural sobre a compreensão das pessoas mais velhas. Além disso, celebrou a democratização do acesso ao ensino superior, que tem permitido a pessoas de diferentes idades, inclusive idosos, realizarem o sonho de estudar.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
