A megaoperação realizada na Penha agitou os bastidores do poder no Palácio Guanabara e modificou as perspectivas para as eleições de 2026 no Rio de Janeiro.
Cláudio Castro, que antes via sua saída do governo estadual como praticamente certa, vislumbra agora um futuro promissor, inclusive com ambições de alcançar um assento no Senado Federal. A operação reacendeu seu desejo de disputar um mandato de 8 anos no Legislativo Federal.
Segundo levantamentos recentes, Castro pode se tornar um importante influenciador de votos, fortalecendo a direita na Câmara dos Deputados e, principalmente, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), impulsionando a já expressiva Bancada da Bala.
O governo estadual busca consolidar uma nova narrativa, classificando traficantes como “narcoterroristas” e milícias como “narcomilícias”, elevando o problema da segurança pública a uma questão de âmbito federal. Paralelamente, a gestão estadual tenta transferir para a prefeitura a responsabilidade sobre a questão do uso irregular do solo nas favelas, como mencionado pelo secretário de Segurança em evento na Associação Comercial do Rio.
Este novo cenário político acende um sinal de alerta na equipe de Eduardo Paes. O fortalecimento de Castro e seus aliados pode prejudicar as ambições eleitorais do prefeito. A megaoperação pode, inclusive, pavimentar o caminho para o surgimento de um adversário forte na área da Segurança Pública.
Entusiasmados com a repercussão da operação, aliados de Castro já consideram lançar uma candidatura própria ao governo estadual, preferencialmente com um nome de destaque da Bancada da Bala.
Além de potencialmente comprometer a aliança que Eduardo Paes buscava construir, unindo desde a esquerda até a extrema-direita, o prefeito pode ver surgir um concorrente com força eleitoral e financeira para desafiá-lo, frustrando sua estratégia de vencer as eleições sem grandes dificuldades.
O apoio de parte dos moradores das favelas à megaoperação, conforme indicam algumas pesquisas, reflete um clamor por socorro. Os criminosos impõem um regime de terror, com práticas de extorsão e humilhações, distanciando-se da figura do traficante assistencialista que existiu no passado.
Fonte: diariodorio.com



