Famílias de diversas regiões do Rio de Janeiro se dirigiram ao Instituto Médico-Legal (IML) na área central da cidade nesta quarta-feira para iniciar o doloroso processo de reconhecimento dos corpos de pessoas falecidas durante a Operação Contenção, deflagrada na terça-feira. Paralelamente, um procedimento de cadastramento foi implementado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RJ), localizado próximo ao IML, para auxiliar na organização e agilidade da identificação.
O número de óbitos decorrentes da operação policial tem gerado apreensão e comoção. Além dos 64 mortos informados no balanço oficial, estima-se que pelo menos 70 corpos adicionais foram localizados em áreas de mata no Complexo da Penha, região onde a ação policial teve como alvo a facção criminosa Comando Vermelho.
Os corpos encontrados durante a madrugada, muitos apresentando sinais de violência como tiros e decapitação, foram inicialmente concentrados na Praça São Lucas, no Complexo da Penha, antes de serem encaminhados ao IML para os procedimentos de identificação.
Ainda não há previsão para a liberação dos corpos, e os familiares aguardam ansiosamente no local, em meio a um clima de dor e incerteza. Um familiar, vindo de Cabo Frio, expressou sua indignação com a forma como os corpos foram encontrados, relatando que a vítima foi deixada sem roupas no local.
Uma mulher identificada como Carol Malícia, de 24 anos, viajou de Arraial do Cabo para reconhecer o pai de sua filha. Ela relatou que manteve contato com ele até o dia da operação, quando ele expressou estar cercado e temia não resistir, mencionando a presença de várias pessoas feridas por balas ao seu redor. Após essa comunicação, o contato foi perdido, e o homem foi encontrado com ferimentos a bala na perna e no pé.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



