O sonho de uma ligação metroviária entre Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo, através da Linha 3 sob a Baía de Guanabara, enfrenta um futuro incerto após a derrota da candidatura conjunta das duas primeiras cidades para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031. A iniciativa, debatida desde 1968, ganhou novo impulso durante a campanha para o evento, com o apoio dos prefeitos do Rio e Niterói e a aprovação do governo estadual.
Com o fim das esperanças de sediar o Pan, a prioridade do projeto parece ter esfriado. A prefeitura do Rio informou que o tema deve ser tratado diretamente com o governo estadual, limitando-se a comentar sobre outros projetos do dossiê da candidatura. Em Niterói, a prefeitura não apresentou detalhes sobre o cronograma ou garantias para a concretização da Linha 3. Já o governo do estado, apesar de afirmar que a inclusão da obra na candidatura partiu de Niterói, reforça que a expansão metroviária permanece como prioridade da Secretaria de Estado de Transporte (Setran), “independentemente” do resultado da disputa pelo Pan.
O prazo para a conclusão da Linha 3, previsto para 2031 durante a campanha, agora é incerto. A Setran informou que o Ministério das Cidades destinará R$ 20 milhões para estudos do trecho intermunicipal, dentro do Plano Diretor Metroviário (PDM). O projeto original da Linha 3 previa 28 km de extensão, 15 estações e capacidade para transportar 650 mil usuários por dia, reduzindo o tempo de viagem entre os municípios de 2 horas para 40 minutos.
O dossiê da candidatura ao Pan incluía outros legados ambiciosos, como a substituição do BRT por VLT em importantes corredores do Rio, um primeiro trecho do VLT em Niterói e a revitalização do Caminho Niemeyer. Havia também metas para ampliar a coleta seletiva nas duas cidades e acelerar a despoluição da Baía de Guanabara.
A revitalização da Leopoldina, no centro do Rio, com a construção de uma nova Vila dos Atletas composta por sete prédios de 18 andares, com mais de 1.500 unidades de dois quartos e 532 de três quartos, para abrigar quase 11 mil pessoas, era outro ponto chave. O investimento total da candidatura foi estimado em R$ 3,5 bilhões, com recursos públicos e privados, sem contar as grandes obras de infraestrutura.
Apesar do revés, alguns projetos seguem em andamento. A prefeitura do Rio informou que os projetos de VLT para os corredores Transoeste e Transolímpica já eram anteriores à candidatura e serão mantidos. As metas para a coleta seletiva permanecem válidas, conforme o Plano Estratégico 2025/2028. Além disso, três Vilas Olímpicas estão em construção em diferentes regiões da cidade.
Na Leopoldina, a prefeitura afirma que as obras do prédio da estação estão sendo realizadas, com previsão de entrega até 2028. Para os demais 9 mil m² do entorno, há uma parceria com o BNDES para desenvolver um masterplan, com a execução a cargo da iniciativa privada.
Fonte: diariodorio.com



