O cantor e compositor Milton Nascimento, um dos maiores nomes da música brasileira, foi diagnosticado com demência de corpos de Lewy (DCL), uma condição neurológica degenerativa que afeta funções cognitivas e motoras. A informação foi divulgada nesta semana e gerou comoção entre fãs e admiradores do artista mineiro.
A demência de corpos de Lewy é causada pelo acúmulo anormal de uma proteína chamada alfa-sinucleína nas células nervosas do cérebro. Esses depósitos, conhecidos como “corpos de Lewy”, comprometem a comunicação entre os neurônios, provocando sintomas como confusão mental, perda de memória, alucinações visuais, lentidão nos movimentos e flutuações de atenção.
Especialistas explicam que a doença tem semelhanças com o Parkinson, condição que Milton já havia enfrentado anteriormente. A diferença principal está na ordem de surgimento dos sintomas: quando os problemas cognitivos aparecem antes ou junto dos sintomas motores, o diagnóstico tende a ser de DCL; quando os tremores e rigidez vêm primeiro, o quadro costuma ser classificado como demência associada ao Parkinson.
A DCL é considerada a segunda forma mais comum de demência, atrás apenas do Alzheimer, e representa cerca de 10% a 15% dos casos diagnosticados no mundo. Ainda não há cura, mas o tratamento pode amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente por meio de medicamentos, fisioterapia e acompanhamento neurológico constante.
Aos 82 anos, Milton Nascimento segue cercado de carinho e apoio de amigos e fãs. Ícone de uma geração e voz de clássicos como Maria Maria, Coração de Estudante e Travessia, o artista continua sendo celebrado pela força poética e espiritual de sua obra.



