O deputado estadual Poubel garantiu a suspensão do Chamamento Público nº 05/2025 da Prefeitura de Maricá, avaliado em R$ 440 milhões, que tinha como objetivo contratar uma organização social (OS) para administrar a rede de urgência e emergência do município.
A decisão veio após denúncias do parlamentar sobre irregularidades e possível direcionamento do certame, que estava marcado para o dia 30 de setembro e incluía unidades como o Hospital Municipal Conde Modesto Leal. Segundo Poubel, o processo já tinha “cartas marcadas” para favorecer uma OS específica, caracterizando fraude.
Histórico de denúncias na saúde
O deputado lembrou que já havia denunciado anteriormente a chamada “máfia da saúde” de Maricá, resultando no afastamento da então secretária municipal de Saúde e da OS responsável pelo hospital, além da devolução de R$ 9 milhões aos cofres públicos.
Hoje, o Hospital Conde Modesto Leal é administrado pela OS Maratma, cujos diretores foram presos sob acusação de desviar mais de R$ 1 bilhão em recursos públicos da saúde. “Essa é a prática dessa máfia”, afirmou Poubel em frente à unidade hospitalar.
Conexões entre organizações sociais
Durante suas investigações, o parlamentar identificou relações suspeitas entre as OS Maratma e FAS, que seriam “duas siglas, uma quadrilha”. Segundo ele, ex-funcionários da Maratma hoje ocupam cargos de comando na FAS, enquanto antigos lobistas da primeira organização atuam como influenciadores ocultos da segunda.
“Maratma é FAS. FAS é Maratma. São a mesma coisa aqui em Maricá”, resumiu o deputado, prometendo revelar nomes e rostos dos envolvidos.
Alterações suspeitas no edital
Poubel também denunciou mudanças feitas no edital do chamamento público que teriam como único objetivo garantir a vitória da FAS. Ele classificou o processo como uma “concorrência que nem começou e já estava decidida”.
Corrupção e impacto na saúde da população
O parlamentar relacionou a corrupção na saúde com a precariedade do atendimento em Maricá, especialmente no Hospital Conde Modesto Leal, que chamou de “carnificina”.
“Quem rouba da saúde não rouba só dinheiro. Rouba vidas. E é isso que estão fazendo em Maricá”, declarou.
Suspensão confirma denúncias
Para Poubel, a rápida suspensão do certame após suas denúncias é a prova de que havia irregularidades claras.
“Se suspendeu depois da minha denúncia, é porque tinha sacanagem, né?”, ironizou.
Fiscalização contínua
Mesmo com a suspensão, o deputado afirmou que seguirá fiscalizando os próximos processos licitatórios para impedir que mudanças cosméticas no edital sirvam apenas para manter o mesmo esquema.
Esse episódio representa mais uma vitória da transparência e da fiscalização parlamentar, comprovando que o combate à corrupção é essencial para proteger o dinheiro público e garantir serviços de qualidade à população.